Introdução
Como pode ser lido no Artigo “Investimentos em Redes de Fibra Óptica”, a utilização de fibra óptica tem crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos, sendo atualmente a tecnologia mais eficaz na transmissão de dados, tanto pelo maior alcance e taxa de transmissão, quanto pela menor complexidade e custo de projeto.
O estabelecimento de redes de fibra óptica a partir do provedor pode se dar de várias formas, sendo comum sua utilização apenas até centrais próximas das residências, a partir de onde a distribuição é feita utilizando-se cabo coaxial ou par de cobre.
A utilização de conexões híbridas, entretanto, limita a largura de banda do serviço, influenciada diretamente pela distância dessas centrais ao consumidor.
Com a crescente demanda por maior capacidade de transmissão da rede, aumenta o interesse em investimentos em conexão pura de fibra óptica até a residência do consumidor, tecnologia chamada de FTTH (Fiber to the Home).
O objetivo deste artigo é discorrer sobre o FTTH, abordando as vantagens de seu uso, bem como suas particularidades.
Arquiteturas do tipo FTTX
O FTTX (Fiber to the X) é um nome genérico dado a quaisquer arquiteturas de rede baseadas parcial ou totalmente em conexões de fibra óptica. Conexões desse tipo são capazes de transmitir uma taxa de dados maior e a longas distâncias, o que justifica o crescente interesse em sua utilização.
Existem várias configurações FTTX diferentes, descritas a seguir.
FTTN (Fiber to the Node)
Trata-se de uma configuração onde a fibra óptica é levada até as proximidades do consumidor, em um armário (também chamado de street cabinet), a partir do qual o sinal óptico é convertido e transmitido a partir de cabo coaxial ou par de cobre.
FTTC (Fiber to the Curb)
Semelhante ao FTTN, porém o armário de distribuição, nesse caso, se localiza em um raio de até mil pés (ou 300 metros), o que oferece vantagem quanto à qualidade do serviço.
FTTP (Fiber to the Premises)
O termo é utilizado quando a fibra óptica é estendida por todo o caminho até a localidade do consumidor final, quer seja uma residência (onde passa a ser chamado de FTTH, ou Fiber to the Home), quer seja um edifício (adotando a nomenclatura de FTTB, ou Fiber to the Building).
As configurações do tipo FTTP — em especial, o FTTH — são particularmente interessantes por serem conexões puramente ópticas, ou seja, toda a linha de transmissão até o consumidor final é feita a partir de fibras ópticas.
Esse tipo de conexão possibilita a disponibilidade de maior largura de banda, contribuindo para uma maior qualidade de serviço.
Redes Ópticas Passivas
Redes baseadas em fibras ópticas podem ser categorizadas em dois tipos, de acordo com a sua distribuição ao cliente:
- ponto-a-ponto e
- ponto-a-multiponto.
Arquitetura Ponto-a-Ponto
A mais simples arquitetura de rede óptica utiliza conexão ponto-a-ponto, entre a central de distribuição e o consumidor final.
Apesar de ser vantajosa por oferecer uma excelente largura de banda, esse tipo apresenta custo elevado de manutenção.
Arquitetura Ponto-a-Multiponto
Em arquiteturas ponto-multiponto, entretanto, diversos usuários compartilham uma única fibra até um determinado nó, onde o sinal é dividido por intermédio de um splitter (também chamado de divisor óptico).
Caso esse nó (chamado de Nó Remoto ou RN) necessite de alimentação, a arquitetura é classificada como AON (em inglês, Active Optical Network).
Caso contrário, é chamada de PON (em inglês, Passive Optical Network).
AONs utilizam equipamentos com alimentação elétrica, como switches e roteadores, para administração da distribuição dos sinais ópticos nas RNs.
Uma rede óptica passiva, também chamada de PON, pelo contrário, não necessita de suprimento de energia, utilizando divisores ópticos passivos para propagar o sinal óptico entre os clientes que compartilham o mesmo nó.
Redes PON apresentam custo mais baixo de administração — visto que há maior economia de energia elétrica —, além de maior facilidade de instalação e manutenção.
Topologias de rede PON são caracterizados por três elementos básicos, chamados:
- OLT (Optical Line Terminal),
- ONU (Optical Network Unit) e
- Splitter (Divisor Óptico Passivo).
O OLT é um componente ativo localizado na central de distribuição, cuja finalidade é administração da transmissão das ONUs através de um receptor capaz de lidar com volumes esporádicos de tráfego.
A ONU, por sua vez, está localizada nas proximidades do usuário final (na sua residência, no caso de arquitetura FTTH), cuja função é fornecer acesso ao consumidor.
O Splitter, por sua vez, é um dispositivo passivo (não necessita de alimentação) capaz de combinar e dividir o sinal óptico nas RNs.
Vantagens do FTTH
Ao contrário dos tradicionais fios de cobre utilizados em linhas telefônicas, a fibra óptica pode transmitir dados a alta velocidade e em longas distâncias.
A conexão por meio das fibras ópticas permite que velocidades acima de 100 Mbps cheguem até as residências dos consumidores.
Conexões híbridas (como por exemplo, o FTTC), apresentam limitações quanto à taxa de transmissão, proporcional à distância a partir da qual se deixa de usar a fibra óptica, convertendo o sinal para um meio não-óptico, como por meio de cabo coaxial.
Além disso, a utilização de fibras ópticas assegura ao cliente transmissão de alta qualidade de vídeo, voz e dado a partir de uma única fibra — chamado de triple play —, com máximo retorno de investimento, viabilizando acesso à TV de alta definição, serviços de streaming, jogos entre outras tecnologias que demandam elevada transferência de informação.
O Uso de FTTH é uma Realidade
Novas tecnologias baseadas em fibra óptica são desenvolvidas constantemente, ampliando a capacidade de transmissão da rede e oferecendo maiores vantagens sem a necessidade de alteração na sua estrutura física.
O FTTH, em especial, oferece maior largura de banda, confiabilidade, flexibilidade, segurança, e é mais econômico a longo prazo que outras tecnologias, conforme dados da Fiber Broadband Association (clique aqui)
Em um contexto de crescente demanda por serviços cada vez mais eficientes, provedores regionais já dominam quase metade do mercado FTTH no Brasil (saiba mais aqui).
De acordo com o presidente da Abrint, Basílio Peres, “esse quadro vai se inverter e já teremos ultrapassado as grandes operadoras de telecomunicações”.
Para fazer frente a esses pequenos e médios ISPs, as grandes operadoras como a Vivo, a Tim e a Oi já estão fazendo investimentos bilionários (saiba dos detalhes aqui), apostando em conexão pura de fibra óptica.
De fato, a utilização de tecnologia FTTH já é uma realidade, devendo ser tratada com atenção pelas empresas para que se mantenham competitivos no mercado.
Este artigo não tem como objetivo esgotar a exposição deste tema, nem tampouco de avançar em todos os seus detalhes. Seu objetivo é trazer uma abordagem introdutória, que posteriormente ser complementados por novos artigos com maior aprofundamento.
Autor deste Artigo: Estudante de Engenharia Gabriel Laurentino Silva Henriques, orientado pelo Engenheiro Marcelo Vasconcelos
Edição e Revisão: Paulo Florêncio, Diretor Comercial da Target Solutions
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