O inventário de rede é um dos pilares para a gestão eficiente de infraestrutura em empresas de Telecom e TI. Em um cenário em que a conectividade é essencial para operações críticas, o controle preciso de ativos e recursos garante estabilidade, desempenho e maior segurança.
Com a crescente demanda por serviços, as Redes de Telecomunicações precisam ser cada vez mais expansíveis e a informação se torna imprescindível para o desenvolvimento de sistemas e serviços de todas as indústrias e setores econômicos.

Figura 1 – A procura por conectividade aumenta
Segundo o Cisco Annual Internet Report, relatório anual da Cisco sobre internet, estima-se que 5,3 bilhões de pessoas no mundo todo terão acesso a Internet até 2023 e para acompanhar essa evolução, é necessário que as empresas sejam capazes de administrar seus ativos e capacidade da rede, conforme detalhado neste artigo sobre Gerenciamento da Capacidade de Redes de Telecom.
Também procurando atender essa demanda emergente, as redes deverão crescer cada vez mais em número de elementos para suportar a chegada de novos clientes.
Com isso, serão buscadas novas soluções em infraestrutura, que possam conviver com os sistemas legados existentes, fazendo o mercado convergir cada vez mais para um ambiente que compreende diferentes tecnologias de múltiplos fornecedores.
Nesse cenário, um inventário de Rede de Telecom com dados multivendor e multitecnologia completos, e permanentemente atualizados, deixa de ser um encargo para se tornar um recurso poderoso para o planejamento, gerenciamento e manutenção das Redes de Telecomunicações, tanto para Operadoras Nacionais como para Provedores de Pequeno Porte, os conhecidos ISPs, como será mostrado neste artigo a seguir.
Crescimento da Rede
Visando esse aumento da demanda por dados, as operadoras precisam estar preparadas para expandir sua infraestrutura, seja com dispositivos ou com novas soluções de uso.
Estamos falando de Redes de Telecomunicações com centenas de milhares de ativos que precisará crescer ainda mais, e por muitos anos a frente.
Um exemplo de como as Redes de Telecomunicações já são complexas, pode ser observado nos dados da Anatel, onde é possível identificar cerca de 5.817 modelos distintos de rádios e 6.616 de antenas, conforme dados do SITAR da Anatel.
Isso significa que dentro desses modelos podem existir muito mais equipamentos a serem geridos somente dentro do Serviço Limitado Privado (Enlaces Rádio em Frequências Licenciadas)
A Rede Legada Continuará Sendo Importante
Outro desafio que as empresas já enfrentam é manter ativos seus sistemas legados, aqueles que já estão em uso há muitos anos, sem que seja necessário despender altos valores.
Para isso, é preciso modernizá-los com novas ferramentas e técnicas que permitam maior adaptação com outros modelos de negócios.
Já existem também operadoras tratando acordos de compartilhamento de redes legadas a fim de reduzir custos de manutenção.
Automação de inventário de rede como diferencial competitivo
A automação de inventário de rede eleva a gestão da rede de telecomunicações a um novo patamar. Ferramentas automatizadas conseguem detectar mudanças em tempo real, atualizar registros instantaneamente e gerar relatórios completos sem intervenção manual.
Além de otimizar o tempo das equipes, essa abordagem reduz erros e cria um ambiente mais confiável para inovação e escalabilidade.
Empresas que investem nesse processo conseguem não apenas manter suas operações estáveis, mas também ganhar agilidade para expandir serviços, atender novas demandas do mercado e oferecer uma experiência de qualidade superior aos clientes.

Figura 2 – As empresas deverão ser capazes de otimizar sua infraestrutura
Variedade de Fabricantes e Tecnologias
Grandes redes sempre fazem uso de diversos fabricantes como estratégia para garantir concorrência entre os fornecedores e redução de custo.
No Brasil, os principais fornecedores de equipamentos de telecomunicações como por exemplo Huawei, Nokia e Cisco estão presentes em todas as operadoras nacionais.
Considerando a evolução tecnológica, o tipo de demandas dentro de uma rede e o aumento da capacidade, os próprios fabricantes disponibilizam produtos com diversas tecnologias, o que aumenta o número de ferramentas e sistemas necessários para atuar neles.
Esse ambiente multivendor e multitecnologia dificulta o planejamento e entendimento da rede como um todo assim como a consolidação de informações relevantes.
Uma forma de exemplificar essa complexidade é através de uma operadora hipotética com serviço de telefonia móvel de abrangência Nacional.
Se essa operadora optar por 3 fornecedores para redes móveis, 2 fornecedores para rede de agregação e 2 fornecedores para seu backbone, já são 7 combinações diferentes de tecnologia e fabricante para serem considerados no planejamento e operação da rede.
Com um número maior de dispositivos e sistemas de vários fornecedores usando diferentes tecnologias se torna ainda mais necessário um sistema de inventário de rede que seja capaz de armazenar dados e permitir que haja uma maior qualidade e precisão na execução das tarefas.
O que é um Inventário de Rede?
Conceitualmente, um inventário é um registro de diversos itens relevantes para uma determinada empresa.
Um de seus objetivos é a unificação de várias informações para tornar a resolução de qualquer problema muito mais ágil.
Está presente nas mais diferentes áreas como indústrias automobilísticas, aeroespaciais, de petróleo e produção de bens em geral.
Pode ser usado para mapeamentos de materiais, desenvolvimento de produtos, planejamento de vendas, obtenção de recursos, controle de manutenção, entre muitas funcionalidades.
Nesse contexto, os processos produtivos se organizam de forma hierárquica e, consequentemente, os inventários precisam se estruturar da mesma maneira.
Podemos citar como exemplo uma linha de montagem de um automóvel onde as etapas de desenvolvimento acontecem de forma sequencial seguindo uma ordem de prioridade.
Em Telecomunicações, esses processos dependem de elementos dispostos em uma rede onde é muito comum o uso de uma topologia denominada mesh, principalmente para dados e voz.
Nela os dispositivos, representados por nós, são interligados possibilitando várias conexões.
Figura 3 – Organização hierárquica x mesh






