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A Gestão dos Recursos de Rede é Fundamental

A atividade de gerenciamento de recursos de redes tem sido discutida extensivamente nos últimos anos ganhando importância no mercado de Telecomunicações.

O crescimento em número dos componentes de uma rede e diversidade de fabricantes torna esta atividade imprescindível e ao mesmo tempo complexa.

Em TI, existe um framework, o ITIL (Information Technology Infrastructure Library) que define um conjunto de normas e procedimentos voltados para gerenciamento de serviços.

Os conceitos deste podem ser trazidos também para o setor de Telecomunicações onde gerenciamento é o conjunto de processos que abrangem o planejamento, a execução e o monitoramento dos recursos garantindo que os clientes tenham acesso a serviços de qualidade.

A eficácia nessa gestão depende diretamente de uma ferramenta capaz de extrair dados confiáveis e em tempo real, que possibilite o planejamento e operação de redes.

A relevância dos sistemas de inventário de rede para o setor de Telecomunicações foi abordada em outro artigo de nosso blog: Inventário de Rede de Telecom: necessidade fundamental.

inventário de rede

Figura 1 – Gestão de recursos é fundamental em Telecom

Apesar desse cenário, a maioria das soluções existentes para bases de dados, são baseadas em modelos estáticos que não são capazes de apresentar uma visão completa e atualizada da rede.

Também, estas não são desenvolvidas para integrar as diversas tecnologias que compõem uma rede de telecom em constante evolução.

Neste artigo, falaremos sobre os desafios de manter permanentemente uma necessária e fundamental qualidade da base de dados de equipamentos de uma Rede de Telecomunicações  nos sistemas de inventário de rede e como esses problemas afetam a oferta de serviços pelas operadoras. 

Multitecnologias Trazem Novos Desafios

O uso intensivo de dispositivos de informação e comunicação, tem promovido uma profusão de novos serviços, prestados através de redes de diferentes fornecedores e tecnologias.

Isso porque, a demanda crescente por dados impulsiona um desenvolvimento constante dos sistemas de Telecomunicações que buscam maior capacidade através de equipamentos escaláveis e alocação flexível de largura de banda.

Um exemplo dessa transformação, são as tecnologias de transmissão para fibra óptica.

  • A SDH (Synchronous Digital Hierarchy) e a SONET (Synchronous Optical Network), utilizadas para multiplexação TDM com altas taxas de bits, provaram ser confiáveis e práticas por muito tempo.
  • Porém, apesar das SDH/SONET continuarem a existir em várias redes, estas são muito rígidas, com bitrate específico e, deste modo, incapazes de oferecer a flexibilidade e a capacidade exigidas hoje pelas operadoras.
  • Foi então que surgiu o WDM (Wavelength Division Multiplexing) que constitui em uma técnica para a transmissão simultânea de vários comprimentos de onda dentro de apenas um meio.
  • Logo depois veio o DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing), consagrando-se como uma tecnologia mais robusta em matéria de Transporte em Longas Distâncias.

Essa evolução é permanente e a adição de novos padrões no mercado sempre irá resultar em mais desafios para o gerenciamento de redes.

Como os sistemas legados não podem ser descartados, as tecnologias precisam coexistir, aumentando o número de recursos dos quais se precisa monitorar e extrair informações, o que dificulta a qualidade do inventário de rede.

Para saber mais, alguns artigos do nosso blog sobre o assunto:

Falta de Interoperabilidade Entre Sistemas de Diferentes Fabricantes

De acordo com o Anuário Telecom (link), dentre as 100 maiores empresas de Telecomunicações de 2019 no Brasil, 10 são vendors especializados em desenvolver equipamentos e infraestrutura no setor.

Cada um desses vendors possui famílias de produtos diferentes, com muitas vezes diferentes versões ativas, para suportar diferentes tecnologias, gerando uma combinação enorme de versões de Sistemas de Gerências, que na maioria das vezes são diferentes entre si mesmo considerando apenas um único fabricante, e que geram informações diferentes e em diferentes formados. Nota a repetição intencional da palavra diferente?

Por sua vez, cada linha de produtos possui seu próprio sistema de gerência, o qual vai sofrendo evoluções ao longo do tempo, através de novas versões.

O sistema de inventário de rede necessita ser alimentado com os dados provenientes dos equipamentos das redes, o que em última instância significa que ele – ou alguma entidade intermediária – deve ser capaz de se comunicar com uma variedade de sistemas de gerência, em constante alteração.

Isso faz com que a área responsável pela gestão de recursos faça a supervisão por meio de diferentes sistemas, já que estes não interagem entre si.

Consequentemente, a coleta das informações é de uma dificuldade bem grande, e é executada de forma não automática, com intervalos de tempo grande entre si, se considerarmos a velocidade das mudanças e evoluções de configurações, topologias e capacidade de uma Rede de Telecomunicações de um Provedor, o que gera como consequência um (ou muitas vezes mais de um) inventário de rede desatualizado, que implica em decisões de planejamento e operação não otimizadas, pra dizer o mínimo, o que pode gerar, em última análise, muito desperdício de dinheiro e tempo para a empresa.

Com esta situação, relatórios de falhas e desempenho e de planejamento precisam ser gerados individualmente, trazendo dificuldade em se obter a visibilidade correta da rede, de maneira  que, além de aumentar os gastos operacionais (OPEX), compromete a visão da rede e do serviço prestado.

o que e capex e opex e como impactam sua empresa 1

Figura 2 – Redução de custos é crucial

Além disso, diminuição desses custos são cruciais para uma empresa já que a aquisição de uma nova tecnologia em si, vem com um alto valor de investimento (CAPEX).

Também, a implementação de um equipamento e a manutenção de uma gerência só é possível se os funcionários forem treinados para executar tais tarefas, a fim de maximizar os benefícios dos recursos.

Como é possível perceber, com foco no objetivo de reduzir custos sem afetar a qualidade e a eficiência das operações, ter uma inteligência capaz de integrar de maneira mais automática possível os dados de todos os fabricantes, tecnologias e versões de gerências, seria um diferencial para provedores de serviços.

A Dinamicidade das Redes de Telecom

Redes não são estáticas.

Seus recursos são impactados diariamente pelos mais diversos fatores; perfis de tráfego mudam com muita frequência assim como o estado dos equipamentos; falhas comprometem o funcionamento; pode haver necessidade de troca ou até mesmo a entrada de novos dispositivos.  

Se um sistema que coleta essas informações não é atualizado na mesma frequência, é gerado um problema enorme de inconsistência de dados que pode atrapalhar vários processos de negócio.

Imagine realizar cálculos de capacidade para expansão de rede com informações desatualizadas dos equipamentos.

Isso pode gerar ociosidade da rede caso a capacidade seja subestimada ou atrapalhar o desempenho caso seja superestimada e nenhuma dessas duas situações é desejável pelas operadoras.

O fato é que uma das maiores dificuldades de todos os provedores de serviço, é manter seu inventário de rede atualizado com dados em tempo real.

Cresce a Necessidade por Automação

A disputa pela oferta de serviços tem exigido das diversas empresas uma postura muito mais flexível, que as capacite a responder rapidamente às mudanças.

É nesse mundo que cresce a relevância de uma suíte de plataformas chamado de OSS – Operations Support Systems ou Sistemas de Suporte à Operação (Clique aqui para acessar artigo sobre OSS).

O OSS é um conjunto de ferramentas de software que permite a automação das principais tarefas de cunho operacional, resultando em ganhos de produtividade significativos, com a promessa adicional de redução nos custos.

Segundo o TM Forum, estima-se que 72% do aumento da receita de redes 5G dependem da transformação de processos OSS/BSS dentro das operadoras (link).

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Um dos grandes benefícios dessa mudança é a possibilidade de lançar serviços de forma mais dinâmica e ágil, mas isso só é possível com a automação de todos os níveis operacionais.

De nada adianta ter um serviço automatizado se outros processos forem manuais, inclusive as necessárias atualizações periódicas de inventário de rede.

Aliás, as plataformas de inventário de rede se tornam ainda mais fundamentais nesse contexto pois possibilitam não só a manutenção de um cadastro de hardware mas também de software e recursos da rede.

Inserção dos sistemas de inventários no ambiente OSS

Figura 3 – Inserção dos sistemas de inventário de rede no ambiente OSS (Fonte: site teleco.com.br)

Inventário de Rede Lógico x Inventário de Rede Físico

A inteligência de sistemas de software que apoiem esse ambiente deveria permitir operação em tempo real, a fim de refletir a situação da rede a cada momento, minimizando, por exemplo, a possibilidade de duplicidade ou inconsistência de dados.

Essa tarefa, no entanto, não é fácil.

São muito mais informações que esses sistemas precisam coletar quando se tem tantos ativos lógicos quanto físicos na rede.

As plataformas de inventário de rede mais tradicionais, são capazes de lidar com elementos de hardware ou seja, a parte física da rede.

São informações para rastreamento de equipamentos, como localização, status, modelo entre outros fatores que ajudam a mapear a infraestrutura da rede.

A complexidade aumenta significativamente quando é necessário também inventariar os ativos lógicos como circuitos, configurações, IP, interfaces e softwares no geral.

Esses elementos são os responsáveis por tornar os sistemas de Telecomunicações muito mais dinâmicos, pois através deles é possível realizar reconfigurações na rede.

Essa habilidade se refere à mudanças no status de algumas ou de todas as conexões estabelecidas, modificações nos parâmetros dessas conexões (ex.: quantidade de largura de banda alocada) ou alterações no modo como os serviços são oferecidos (ex.: alterar o roteamento de uma conexão para permitir um melhor aproveitamento de uma rota diferente).

Isso significa que um inventário de rede lógico, para suportar de forma adequada os processo de planejamento, operação e atendimento ao cliente, precisa acompanhar mudanças que ocorrem constantemente na Rede, e, portanto, sem um processo adequado de automação de coleta e manutenção dos dados, não se alcançará a necessária integridade dos dados vivos versus os dados sistêmicos do inventário de rede de telecomunicações.

Ferramentas Automáticas de Coleta de Diferentes Gerências

Tendo em vista os aspectos observados, no mercado de Telecomunicações de alta diversificação, complexidade e competitividade, a qualidade dos serviços fornecidos aos usuários passa a ser um fator diferencial para os provedores, assim como o suporte eficaz aos objetivos de negócio e redução de custos operacionais.

Monitorar em tempo real todos os recursos, permite que os operadores tenham uma visão completa de toda a rede, possibilitando melhor planejamento e provisionamento. Obter informações dos sistemas de gerência existentes ou dos próprios elementos, integrando-os em uma única plataforma, torna possível o entendimento sobre a disponibilidade e o estado real da rede viva.

Sistemas de inventário de rede são um componente crítico para os provedores de serviços porém, a maioria oferece uma visão estática e fragmentada da rede.

Ter uma ferramenta que suporte as funcionalidades acima pode potencializar a coleta de dados acompanhando a dinamicidade que o setor de Telecom exige nos dias atuais.


Este artigo não tem como objetivo esgotar a exposição deste tema, nem tampouco de avançar em todos os seus detalhes. Seu objetivo é trazer uma abordagem introdutória, que posteriormente ser complementados por novos artigos com maior aprofundamento.


Autor deste Artigo: Estudante de Engenharia Larissa Perestrêlo, orientada pelo Engenheiro Paulo Florêncio

Edição e Revisão: Paulo Florêncio, Diretor Comercial da Target Solutions

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A Target é Especializada em Softwares para Redes de Telecomunicações

A Target Solutions é uma empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação, com foco no fornecimento de produtos, serviços, suporte e soluções de software para planejamento e gestão de redes de telecomunicações e TI.

Criamos e fornecemos soluções inteligentes para o mercado de provedores de internet e planejamento de redes de Telecomunicações, utilizando as tecnologias mais atuais nesse mercado em forte transformação. E com isso, almejamos ser a empresa referência e autoridade técnica em soluções de planejamento de rede de transmissão e inteligência de serviços de rede de banda larga.

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